Podemos dizer que uma definição informal de autocompaixão seja "tratar a si mesmo como trata alguém querido em um momento de dificuldade", porém a definição completa envolve três componentes: a bondade consigo, a humanidade compartilhada e mindfulness.
Tudo começa quando reconhecemos o que estamos vivendo como algo difícil para nós, como um momento realmente de sofrimento. Reconhecemos a dor, o aperto no peito, o mal estar: é o que chamamos de Mindfulness. Parece muito óbvio certo? Mas não é o que acontece. É só pensar no seu dia a dia...você reconhece que a situação está difícil e que você está mal, sem se julgar por isso? Sem tentar mudar o que você está pensando ou sentindo? Sem se criticar? Provavelmente não rs. Nossa tendência é reagir assim diante de situações de estresse! Mindfulness envolve simplesmente reconhecer, estar consciente da experiência, momento a momento, de uma forma aberta e sem julgamentos. Simplesmente estar com o que estiver diante de nós.
Depois, entendemos que o sofrimento faz parte da vida e é inevitável. Não há como escapar dele e todos nós passamos por isso. É incrível como, muitas vezes, temos a sensação de que vai chegar um momento em que não haverá mais dificuldades, que tudo vai se resolver e vamos viver felizes para sempre. Ah, claro, isso implica em acreditarmos, também, que se as coisas não estão assim é por culpa nossa...pura ilusão! Sofrimento faz parte da vida assim como o ar, como nossa pele. Todos somos iguais e todos estamos interligados.
Por fim, diante da experiência do sofrimento e de compreender que esse sofrimento é parte do que é ser humano, eu me acolho, cuido de mim, como uma mãe que cuida de seu filho com gripe: ela sabe que ele está se sentindo mal e que não há nada que se possa fazer para a gripe sumir, então ela abraça, oferece carinho e apoio. Que todos possamos nos tratar e cuidar da forma que merecemos e precisamos!
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